Povos da floresta
Índio não bate em criança e os mais velhos respeita.
Índio tem sua cultura, dança, canta e se enfeita.
Toma seu banho de rio, é mestre na pescaria.
Na aldeia em que ele mora a tarefa é dividida.
Na hora da refeição, a comida é repartida.
Temos muito o que aprender, e o índio pode ensinar
como curar as doenças e muita vida salvar.
Saiba que a vida do índio é pra lá de inteligente.
Vive em paz com a natureza,
não trai, não rouba, não mente.
*Reynaldo Jardim
Vida de Índio
O índio lutador,
Tem sempre uma história pra contar.
Coisas da sua vida,
Que ele não há de negar.
A vida é de sofrimento,
E eu preciso recuperar.
Eu luto por minha terra,
Porque ela me pertence.
Ela é minha mãe,
E faz feliz muita gente.
Ela tudo nos dá,
Se plantarmos a semente.
A minha luta é grande,
Não sei quando vai terminar.
Eu não desisto dos meus sonhos,
E sei quando vou encontrar.
A felicidade de um povo,
Que vive a sonhar.
Ser índio não é fácil,
Mas eles têm que entender.
Que somos índios guerreiros.
E lutamos pra vencer.
Temos que buscar a paz,
E ver nosso povo crescer.
Orgulho-me de ser índio,
E tenho cultura pra exibir.
Luto por meus ideais,
E nunca vou desistir.
Sou Pataxó Hãhãhãe,
E tenho muito que expandir.
Katherinne Soares-Rio de Janeiro, RJ.
Índios
Era uma vez na América, índios.
A cultura do caçar, do plantar e do pescar.
Lendas, mitos e costumes,
Gente de bem, mas que teve que guerrear.
Era uma vez a natureza em perfeita harmonia.
Salvaguardada por esses heróis, desequilíbrio, não existia!
Mas estes foram expulsos de suas terras
Obrigados a dar lugar à ganância e à insatisfação,
Dos “homens brancos” que aqui chegaram
Para disseminar a destruição.
Agredindo, perseguindo e matando,
Era uma vez nossos irmãos.
E uma Pátria que nunca será a mesma.
Ilusão!
Marlene da Conceição de Sousa – Ibiassucê, BA.
Lamento
Ah! Meu amigo e meu irmão,
Quanta tristeza e desolação…
Todos os dias, tenho que assistir,
A sua lenta destruição!
Meu amigo e meu irmão,
As pessoas não aprenderam,
A respeitar os seus direitos…
E nem a te ver,
Com o coração!
Quantas lágrimas e quanto sangue;
Por um pedaço deste chão!
Quando será, meu Deus;
Que esses valentes;
Não mais tombarão, pelas mãos da injustiça,
da ganância e da corrupção?
Dia do Índio!…
O que comemorar?
A destruição de tuas matas;
A extinção de tua fauna;
De tua raça;
Ou de um sonho, que virou fumaça?
Pedro Augusto Gomes – Carangola, MG.
Filhos do Brasil
Eles já foram milhões
Os donos do chão brasileiro
Sem lutas, sem mortes, sem medo
De um mundo com explorações.
Hoje restou a história
E a preservação da cultura
Danças, comidas, pinturas
De um povo que anseia a vitória.
No meio do “descobrimento”
Na rota de uma viagem
À vista de muita coragem
Sem ter mais reconhecimento.
A tribo, a canoa, a oca
O arco, a flecha, o cocar
Tacape, brinco, colar
E o gosto da mandioca.
A força de uma tradição
Que vive para os animais
Perdeu o direito de paz
Pois não é “civilização”.
Tatiane da Silva Santos – Santarém, PA.
Indiozinho
Indiozinho nu na mata
Arco e flecha em sua mão
Foi caçar seu alimento
Indiozinho brincalhão
Indiozinho tão valente
Foi na vida se embrenhar
Curioso esse menino
Indiozinho a brincar
Indiozinho ficou triste
Quando viu tudo queimado
Sua tribo sentiu fome
Vi um Índio desolado.
Narcelio Lima de Assis- Caucaia, CE.
Indomável
Sou descendente de nativos,
A selva minha identidade,
Viver da caça e pesca,
Da coleta e na liberdade.
Destruíram este conjunto,
Tudo é privado, propriedade
Escravos da “civilização”,
“Progresso”, “confinamento”, cidade.
Sonho com este paraíso,
O sabor puro da terra,
Aqui o sol queima na laje,
Poluição e motores que aceleram.
Impregnado na mata infinita,
Barulho do arco, lançar a flecha.
Muitas portas e janelas,
Aqui batem e se fecham.
Íntegros do eco sistema,
Harmonia com fauna e flora.
Viver nas ruas e calçadas,
E pra comer pedir esmola.
Vivendo entre a loucura,
Nada conheço deste mundo.
Nos exploram com outra cultura,
E para o mercado somos vagabundos.
Clairton Buffon – Chapecó, SC.